Ah, o dia do salário… Sabe aquele momento quase sagrado? Quando a notificação do banco apita no celular dizendo que o pagamento caiu? Ah, o cheiro da liberdade temporária no ar… Ou pelo menos, é o que a gente gostaria de acreditar.
O problema é que, para muita gente (e eu já me incluo aqui também), existe uma frase silenciosa que corrói a nossa riqueza antes mesmo do dinheiro esfriar na conta.
Parece exagero? Pois não é.
Essa frase é tão comum, tão inofensiva à primeira vista, que a maioria nem percebe o estrago que ela causa — mês após mês, ano após ano, salário após salário.
O poder (destrutivo) das palavras

O que pensamos determina o que sentimos. O que sentimos determina o que fazemos.
E quando o assunto é dinheiro, isso fica ainda mais perigoso.
Se toda vez que o salário pinga, sua cabeça já está programada para gastar, você nem percebe que está, na verdade, destruindo a possibilidade de acumular riqueza de verdade.
Exemplo real:
Conheço gente que, ao receber o salário, já abre o aplicativo de delivery, já planeja aquele “presentinho” de R$ 100,00 e se sente no direito de sair torrando como se fosse ganhar o dobro no mês seguinte.
Enquanto isso, outros — com o mesmo salário ou até menor — já estão separando a primeira fatia pra investir. Estão construindo patrimônio enquanto você constrói boletos.
Quer adivinhar quem vai rir por último?
A frase maldita: “Eu mereço”

Sim, senhoras e senhores. A frase que destrói a riqueza antes do salário cair é essa belezinha:
“Eu mereço.”
Olha… merecer, todo mundo merece. Um bom café, uma vida tranquila, respeito, amor… Mas quando essa palavra vira desculpa automática pra gastar o que ainda nem esfriou na conta, o problema começa.
É como correr 5 minutos na esteira e achar que merece comer um bolo de 3 quilos logo depois.
É como ganhar R$ 3.000 e achar que merece gastar R$ 3.500 no cartão porque “afinal, eu trabalho tanto…”
Essa lógica emocional não constrói riqueza — constrói dívida, frustração e uma dependência eterna do próximo salário.
O ciclo vicioso do salário
Aqui vai a verdade que ninguém quer ouvir (mas você precisa):
Não é o seu salário que te impede de ser rico. É a sua mentalidade.
Já viu gente que ganha R$ 2.000 e consegue investir todo mês? E gente que ganha R$ 10.000 e ainda vive no cheque especial? Pois é.
Salário | Mentalidade | Resultado |
---|---|---|
R$ 2.000 | Foco em construir riqueza | Liberdade no longo prazo |
R$ 10.000 | Foco em merecer e gastar | Escravidão eterna ao dinheiro |
Receber mais salário sem mudar a cabeça é como colocar motor de Ferrari num Fusca: continua sendo um Fusca.
Pior ainda: um Fusca endividado.
Se a primeira coisa que você pensa ao ver seu salário cair é “o que vou comprar?”, sinto informar: você já perdeu o jogo antes de começar.
Leia também:
- Mentalidade Financeira: Como sua relação com o dinheiro afeta sua conta bancária
- O que diferencia a mentalidade dos ricos da mentalidade dos pobres?
- Mentalidade vs. Estratégia: Qual delas realmente faz um milionário?
Construindo riqueza de verdade
Tá, mas como sair dessa cilada emocional? Como transformar “eu mereço” em “eu construo”?
Aqui estão três passos que mudaram a minha vida financeira (e podem mudar a sua também):
1. Pague-se primeiro
Antes de pagar boleto, antes de pensar em pedir iFood, separe uma porcentagem do seu salário para investir.
Mesmo que seja 5%. O hábito vale mais que o valor inicial.
“Investir não é sobre quanto você ganha. É sobre o que você faz com o que ganha.”
— Warren Buffett
2. Crie metas financeiras reais
Ter riqueza como objetivo é muito vago. Diga a si mesmo:
- Quero guardar R$ 20.000 para minha reserva de emergência.
- Quero gerar uma renda passiva de R$ 1.000/mês.
Metas claras transformam desejo em ação.
3. Redefina celebrações
Teve um aumento? Conquistou algo? Ótimo! Celebre… sem gastar mais do que pode.
Às vezes, a melhor comemoração é saber que você deu mais um passo pra sair da corrida dos ratos.
Conclusão
No fim das contas, a batalha não é contra o salário baixo. Nem contra a inflação, o governo ou seu chefe chato.
A verdadeira guerra é contra essa voz interna que diz:
“Ah, eu mereço gastar tudo…”
Não, você merece mais que isso.
Merece a tranquilidade de não se preocupar se o salário atrasar.
Merece construir uma riqueza que te permita escolher como quer viver — e não apenas sobreviver de sexta a sexta.
Então, da próxima vez que o salário cair, pergunte pra si mesmo:
“Eu mereço gastar… ou mereço ser livre?”
A escolha é sua. E ela começa com uma simples frase.