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Sono desregulado? Entenda como ele afeta sua vida e como recuperar o ritmo natural

Sono rem
Tempo de leitura: 9 minutos.

Dormir deveria ser tão simples quanto desligar um interruptor, mas para muitos, é mais parecido com tentar colocar um gato dentro de uma caixa—confuso, frustrante e repleto de tentativas fracassadas. Se você acorda cansado, tem dificuldades para dormir ou sente que seu cérebro entra em “modo zumbi” no meio do dia, pode estar lidando com um sono desregulado. Mas calma, antes de recorrer a litros de café ou maratonas de vídeos sobre “técnicas infalíveis para dormir”, vamos entender o que está por trás desse problema e como resolvê-lo.

O sono não é apenas um descanso passivo; ele é um processo biológico complexo dividido em diferentes estágios, sendo os mais importantes o sono REM (Rapid Eye Movement) e o sono profundo. Cada um desempenha um papel fundamental na recuperação do corpo e da mente, influenciando desde a consolidação da memória até a produção de hormônios essenciais. No entanto, quando o ciclo do sono é interrompido ou desorganizado, os efeitos podem ser devastadores para o bem-estar físico e mental.

Estudos mostram que adultos precisam, em média, de 7 a 9 horas de sono por noite, mas a qualidade do sono é tão importante quanto a quantidade. O problema é que, com a vida moderna e seus excessos de telas, notificações e estresse, muita gente tem um tempo reduzido de sono REM, prejudicando o aprendizado, a criatividade e até a regulação emocional. Isso sem falar nos impactos na saúde, como maior risco de doenças cardiovasculares, ganho de peso e queda na imunidade.

A boa notícia? É possível regular o sono e restaurar o equilíbrio natural do corpo. Pequenos ajustes na rotina, como reduzir a exposição à luz azul à noite, criar um ritual relaxante antes de dormir e ajustar os horários de descanso, fazem uma grande diferença. Neste artigo, você vai entender as diferenças entre sono REM x sono profundo, descobrir qual o tempo ideal de sono REM e aprender estratégias eficazes para evitar um sono desregulado. Vamos nessa?

O que é sono desregulado e por que ele acontece?

O sono desregulado ocorre quando o ciclo natural do sono é interrompido ou irregular, afetando tanto a quantidade quanto a qualidade do descanso. Em condições ideais, nosso corpo segue um ritmo circadiano, uma espécie de relógio biológico que regula o momento de dormir e acordar. No entanto, fatores como horários inconsistentes, exposição excessiva à luz azul, estresse crônico e má alimentação podem desalinhar esse ciclo, resultando em dificuldades para adormecer, despertares frequentes durante a noite e cansaço persistente ao longo do dia.

sono desregulado

Dentre as principais causas do sono irregular, destacam-se os hábitos modernos. O uso constante de telas antes de dormir, por exemplo, reduz a produção de melatonina, o hormônio responsável por induzir o sono, enganando o cérebro e dificultando o relaxamento noturno. Além disso, o consumo de estimulantes como cafeína e nicotina, principalmente no período da tarde ou à noite, pode prolongar o estado de alerta e atrasar o início do descanso. Outro fator relevante é o trabalho em turnos ou horários de sono variáveis, que confundem o organismo e prejudicam a estabilidade do ciclo circadiano.

Os impactos do sono desregulado vão além da fadiga. Ele pode comprometer a capacidade cognitiva, afetando memória, concentração e raciocínio lógico. Além disso, a falta de sono reparador tem sido associada a alterações hormonais que favorecem o aumento do apetite e reduzem a sensibilidade à insulina, contribuindo para o ganho de peso e o risco de doenças metabólicas. No longo prazo, a privação do sono também pode aumentar a vulnerabilidade a transtornos de humor, como ansiedade e depressão, além de elevar o risco de problemas cardiovasculares.

Para evitar que o sono se torne um problema crônico, é essencial identificar as possíveis causas do desequilíbrio e adotar hábitos que favoreçam a higiene do sono. Isso inclui manter uma rotina regular, limitar o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir e criar um ambiente propício ao descanso, com iluminação adequada, temperatura confortável e colchão de qualidade. Pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença na qualidade do sono e, consequentemente, na qualidade de vida.

Sono REM x Sono Profundo: Qual a Diferença?

O sono REM e o sono profundo são duas fases fundamentais do ciclo do sono, mas possuem funções distintas na recuperação do corpo e da mente. Durante a noite, passamos por diferentes estágios do sono, sendo os mais relevantes o sono de ondas lentas (ou sono profundo) e o sono REM (Rapid Eye Movement). Enquanto o sono profundo é responsável pela regeneração física, o sono REM atua principalmente na consolidação da memória, no aprendizado e na regulação emocional. Ambos são essenciais para um descanso reparador, mas suas características e benefícios são bastante diferentes.

O sono profundo ocorre nas fases 3 e 4 do ciclo do sono, sendo o momento em que o corpo atinge um estado de relaxamento máximo. Nessa fase, há uma redução significativa da atividade cerebral, dos batimentos cardíacos e da frequência respiratória, permitindo a liberação de hormônios como o hormônio do crescimento, essencial para a recuperação muscular e o fortalecimento do sistema imunológico. Além disso, essa fase é crucial para o metabolismo e a regulação da glicose, ajudando a prevenir doenças como diabetes e obesidade. Se o tempo de sono profundo for insuficiente, a pessoa pode sentir fadiga extrema, dores no corpo e uma recuperação física mais lenta após atividades intensas.

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Já o sono REM, caracterizado por movimentos oculares rápidos e maior atividade cerebral, é a fase em que ocorrem os sonhos mais vívidos. Durante essa etapa, o cérebro processa e armazena informações, fortalecendo a memória e promovendo o equilíbrio emocional. Estudos indicam que o tempo ideal de sono REM está entre 20% e 25% do sono total, o que equivale a aproximadamente 90 a 120 minutos por noite. Se essa fase for reduzida, pode haver déficits de atenção, aumento do estresse e dificuldades para aprender novas informações. Além disso, o sono REM está ligado à regulação do humor, sendo um dos fatores que influenciam o risco de desenvolver ansiedade e depressão.

A distribuição entre sono profundo e sono REM depende de diversos fatores, incluindo idade, hábitos de sono e estilo de vida. Para garantir um equilíbrio adequado entre essas fases, é essencial manter uma rotina de sono consistente, evitar estimulantes como cafeína e nicotina antes de dormir e criar um ambiente propício ao descanso. Pequenos ajustes na rotina podem fazer uma grande diferença na qualidade do sono e, consequentemente, na saúde e no desempenho cognitivo.

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Qual é o tempo ideal de sono REM?

O tempo ideal de sono REM pode variar de pessoa para pessoa, mas, de maneira geral, essa fase deve representar entre 20% e 25% do total de sono. Em adultos saudáveis, isso equivale a cerca de 90 a 120 minutos por noite, distribuídos em ciclos ao longo do descanso. O sono REM é essencial para a consolidação da memória, o aprendizado e o equilíbrio emocional, além de estar diretamente ligado à criatividade e à capacidade de resolução de problemas. Se essa fase for reduzida, os efeitos podem ser percebidos rapidamente na forma de dificuldade de concentração, lapsos de memória e maior irritabilidade.

A quantidade de sono REM que uma pessoa atinge depende de fatores como idade, qualidade do sono e rotina diária. Bebês e crianças, por exemplo, passam até 50% do tempo total de sono em estado REM, pois é nesse estágio que ocorre grande parte do desenvolvimento neurológico. Já os adultos costumam atingir essa fase em ciclos que se tornam mais longos na segunda metade da noite. Isso significa que dormir menos do que o necessário pode reduzir drasticamente o tempo de sono REM, prejudicando funções cognitivas e emocionais.

Uma maneira de saber se você está atingindo o tempo ideal de sono REM é prestar atenção na qualidade do seu descanso. Se você acorda frequentemente cansado, tem sonhos fragmentados ou sente dificuldades para processar informações ao longo do dia, pode ser um sinal de que seu ciclo do sono está desregulado. Dispositivos como smartwatches e aplicativos de monitoramento do sono podem ajudar a estimar o tempo gasto em cada fase, embora não sejam 100% precisos. Para um diagnóstico mais detalhado, exames como a polissonografia podem avaliar com exatidão os estágios do sono.

Para otimizar o tempo de sono REM, é fundamental adotar uma rotina de sono consistente, evitar cafeína e telas antes de dormir e criar um ambiente adequado para o descanso. Além disso, técnicas de relaxamento, como meditação e chás calmantes, podem ajudar a aumentar a duração do sono REM, garantindo um descanso mais profundo e reparador. Ajustes simples no dia a dia podem fazer uma grande diferença na qualidade do sono e na saúde mental.

O que um sono desregulado pode causar?

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O sono desregulado pode desencadear uma série de problemas que afetam tanto o corpo quanto a mente, impactando diretamente a saúde, produtividade e qualidade de vida. Quando o ciclo do sono é interrompido frequentemente ou a pessoa não dorme o suficiente, o organismo perde a capacidade de se recuperar adequadamente, resultando em fadiga persistente, dificuldade de concentração e alterações no humor. A longo prazo, essa irregularidade pode prejudicar funções essenciais, como o metabolismo, a regulação hormonal e o sistema imunológico.

Um dos efeitos mais notáveis do sono desregulado está na função cognitiva. A privação ou fragmentação do sono interfere diretamente na memória, aprendizado e raciocínio lógico, tornando mais difícil armazenar e processar informações. Isso ocorre porque a fase de sono REM, essencial para a consolidação da memória e regulação emocional, pode ser encurtada ou desorganizada, levando a lapsos de memória, maior irritabilidade e dificuldade para lidar com o estresse. Estudos indicam que pessoas com padrões de sono irregulares têm maior propensão a desenvolver ansiedade e depressão, além de apresentarem maior impulsividade e baixa resiliência emocional.

Leia também: Distúrbios do sono podem ser sintoma e causa de doenças

No aspecto físico, a desregulação do sono pode contribuir para o aumento de peso e problemas metabólicos. Durante o sono, hormônios como a leptina e a grelina regulam o apetite e a saciedade. Quando o sono é insuficiente, a produção desses hormônios fica desbalanceada, aumentando a fome noturna e os desejos por alimentos calóricos. Além disso, a sensibilidade à insulina pode ser afetada, elevando o risco de diabetes tipo 2. A falta de um sono reparador também impacta o sistema cardiovascular, podendo levar a aumentos na pressão arterial e no risco de doenças cardíacas.

Outro ponto crítico é o efeito do sono irregular no sistema imunológico. Pessoas que dormem mal ou têm padrões de sono inconsistentes tendem a ficar mais vulneráveis a infecções virais, como gripes e resfriados, pois o corpo produz menos citocinas anti-inflamatórias, substâncias essenciais para a defesa do organismo. Além disso, um sono inadequado pode afetar diretamente a capacidade de recuperação muscular, o desempenho físico e até mesmo a saúde da pele, acelerando o processo de envelhecimento precoce. Para evitar esses impactos negativos, é essencial priorizar a higiene do sono e garantir uma rotina de descanso adequada.

Como regular o sono e garantir um tempo adequado de sono REM?

Para regular o sono e garantir um tempo adequado de sono REM, é essencial adotar hábitos que respeitem o ritmo circadiano e promovam um descanso de qualidade. O primeiro passo é estabelecer uma rotina de sono consistente, indo para a cama e acordando no mesmo horário todos os dias, inclusive nos finais de semana. Essa regularidade ajuda o organismo a sincronizar seus ciclos de sono, permitindo que o sono REM ocorra de maneira adequada e sem interrupções. Evitar cochilos longos durante o dia também é crucial, pois eles podem interferir no cansaço natural e dificultar o adormecer à noite.

Outro fator determinante para a qualidade do sono é o controle da exposição à luz azul, emitida por dispositivos eletrônicos como celulares, tablets e televisores. A luz artificial inibe a produção de melatonina, hormônio responsável por induzir o sono, dificultando a transição para os estágios mais profundos do descanso. Para evitar esse problema, recomenda-se desligar as telas pelo menos uma hora antes de dormir e optar por luzes quentes e ambientes relaxantes durante a noite. Alternativas como óculos bloqueadores de luz azul ou o uso do modo noturno nos dispositivos podem minimizar os impactos negativos.

A alimentação e a prática de exercícios também desempenham um papel fundamental na regulação do sono. Evitar cafeína, álcool e refeições pesadas antes de dormir ajuda a preparar o corpo para um descanso mais profundo. Em contrapartida, consumir alimentos ricos em triptofano — como banana, leite e nozes — pode estimular a produção de serotonina e melatonina, favorecendo o tempo ideal de sono REM. Além disso, atividades físicas regulares contribuem para um sono mais estruturado, desde que realizadas pelo menos três horas antes de deitar, para não elevar excessivamente a temperatura corporal e dificultar o relaxamento.

Criar um ambiente propício ao sono também é essencial. O quarto deve ser silencioso, escuro e com temperatura agradável. Para isso, é possível recorrer a cortinas blackout, protetores auriculares e aparelhos de ruído branco, que ajudam a bloquear distrações externas. Técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda e chás calmantes, também são ótimas opções para induzir um sono mais profundo e reparador. Pequenos ajustes na rotina podem fazer uma grande diferença na qualidade do sono, garantindo que o tempo de sono REM seja suficiente para manter o cérebro e o corpo funcionando da melhor forma possível.

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Conclusão

Ter um sono regulado não é um luxo, mas uma necessidade para manter o corpo e a mente funcionando em seu melhor estado. O sono desregulado pode gerar impactos significativos na saúde, produtividade e bem-estar, afetando desde a consolidação da memória até o sistema imunológico. Além disso, a diferença entre sono REM e sono profundo mostra que cada fase tem seu papel essencial, e garantir o tempo ideal de sono REM pode ser a chave para um descanso realmente restaurador.

Para evitar problemas como fadiga excessiva, dificuldades cognitivas e alterações hormonais, adotar uma rotina de sono consistente é fundamental. Práticas como reduzir a exposição à luz azul à noite, manter horários regulares de sono e criar um ambiente propício ao descanso são estratégias simples, mas extremamente eficazes para melhorar a qualidade do sono. Pequenos ajustes no dia a dia podem fazer uma grande diferença, ajudando a equilibrar o ritmo circadiano e otimizar todas as fases do descanso.

Se você sente que seu sono está constantemente fragmentado ou insuficiente, vale a pena monitorar sua rotina noturna e testar mudanças graduais. Evitar estimulantes antes de dormir, adotar técnicas de relaxamento e manter uma alimentação equilibrada são atitudes que ajudam a regular o ciclo do sono e garantir um descanso profundo e reparador. Ferramentas como aplicativos de rastreamento do sono e relógios inteligentes podem fornecer dados úteis para entender seu padrão de sono e identificar possíveis ajustes necessários.

Investir na higiene do sono e buscar um descanso de qualidade é um dos pilares para uma vida mais saudável e produtiva. Afinal, dormir bem não significa apenas passar várias horas na cama, mas sim permitir que o corpo passe pelas fases do sono da forma correta. Com as estratégias certas, é possível recuperar o equilíbrio e aproveitar ao máximo os benefícios de um sono profundo e reparador.

Foto de Caio Bittencourt

Caio Bittencourt

Caio Bittencourt comanda o Minha Vida dos Sonhos, um blog para quem quer adquirir a mentalidade necessária para adquirir riqueza e alcançar uma vida dos sonhos. Quando não está escrevendo, está fazendo música ou desenvolvendo novos negócios para viver melhor (e com menos dor de cabeça)

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